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terça-feira, 13 de julho de 2010

Monólogo de Amor

Quando olho para os ultimos tempos, vejo em mim, alguem que não conheço já...

Tanta certeza eu tinha, confiança que transbordava por todo o meu ser, naquilo que era, e no que achava "querer". Nunca até há uns tempos, eu pensava que algo ou alguem, me pudesse revoltar tanto todo o meu ser.

Os meus objectivos, a minha força, o meu proprio ser, foram por mim postos em causa.

Precisei de passar tudo o que passei, para aprender quem realmente era, para aprender quem realmente era, o que realmente queria, o que realmente sentia...

Louco. Estupido. São as palavras que me ocorrem, quando hoje, de olhos e coração bem aberto, vejo quem fui, o que fiz, em tamanha tempestade. Que força tinha eu, se mal a tempestade começou, deixei-me levar ao sabor do vento inconstante, e me atormentei com cada trovão que aparecia?

Mas hoje, estou feliz.

E feliz estou, porque mudei. E porque admiti que tinha que mudar. Ninguem mais me podia dizer o que tinha que fazer. Pois era em mim, que se encerrava, a questão, a resposta, e a força para tomar a iniciativa de mudar. De crescer.

Vi finalmente o quão parado estava, e o quanto eu parei quem amava.

Apercebi-me finalmente, de que não quero só o que tenho. Quero muito mais que isto. Quero viver para além dos limites que me foram impostos por mim proprio.

E quero finalmente admitir... que Amo, até a mais infima particula de energia do meu ser, quem sempre amei, mas sem saber o quão grande esse amor era.

Chamem-me louco, por amar quem mostra não me amar... mas sinto, com a fé inabalavel de um arauto que não move essa sua fé por nada, que tambem sou amado pela pessoa que amo.

Não acredito já, que tivessem sido cometidos quaisquer erros, complots, mágoas desnecessárias ou sequer em más linguas... acredito sim, que foram tomadas escolhas, que nos mostraram, não sermos maduros o suficiente, para vivermos este amor, naquela altura. Acredito sim, que tudo estava escrito, de forma a que ambos crescessemos.

E eu sinto-me feliz, porque me sinto a crescer outra vez, a aprender, a viver este amor, não com a magoa de não o viver com a pessoa que amo ao meu lado, mas com a pura felicidade, mesmo que incompleta, de simplesmente, amar.

Ambos dissemos, ambos falamos, ambos fizemos, ambos fugimos. Ambos nos magoámos na loucura desenfreada, na confusão desalmada, que este amor criou, para que nós abrissemos os olhos. Mas tal, por mais loucos que nos pusesse, por mais magoados que tivessemos ficado, era necessario... pois só assim, nós poderiamos amadurecer. Não que seja sempre necessario, mas no nosso caso, foi.

Perguntam-me, "O que queres tu?"

E eu responderei, aquilo que nunca respondi. Que tenho já tudo o que quero. A mente novamente esfomeada por mais, o espirito com a iniciativa em alta, e o corpo a recuperar do jejum por mim proprio inconscientemente causado. E um coração, que a cada dia que passa, compreende cada vez mais o que é verdadeiramente, Amar.

Amar não é simplesmente dizer amo-te. Não é simplesmente fazer tudo pela pessoa que dizemos amar. Não é simplesmente querer ter a pessoa ao nosso lado.

Amar, é para mim, dizer amo-te, e a cada vez que se repita essa palavra, a outra pessoa sentir nas suas letras, todo o sentimento abundante que sentimos. É querer fazer tudo, não pela outra pessoa, mas com a outra pessoa. É querer, não ter, mas estar realmente, com toda a nossa presença, com a pessoa que amamos ao nosso lado. É querer construir e viver, tanto os nossos objectivos pessoais, integrando a pessoa que amamos neles, como objectivos em comum, uma vida inteira de possibilidades. É sentirmo-nos felizes, ao mesmo tempo que fazemos a outra pessoa feliz. É simplesmente, deixar o nosso mundo solitário, e construir um mundo em comum.

Isto, e muito mais, é o que o verdadeiro amor é.

Quero tanto contactar-lhe, dizer-lhe que cresci, mostrar-lhe quem hoje sou, que mudei... Que hoje posso dizer que a amo verdadeiramente. Mas tal, não posso fazer...

Desejo ligar-lhe, mandar-lhe uma sms, contactar-lhe de todas as formas possiveis.
Mas não é com o voice mail que quero falar, não é um monologo interminavel de sms que desejo ter, não é para apanhar com o olhar frio de quem foi magoado, que a desejo ver...

Portanto sei, hoje sei, que apesar de tal me custar, tenho de esperar, que seja ela a querer contactar-me. Não posso ja pensar, que será mais uma palavra, mais uma sms, que poderá fazer a diferença. Pois tal, seria o mesmo de sempre.

A dor de esperar um contacto dela, dor essa, que poderá durar toda uma vida, é hoje, atenuada pela felicidade de saber que realmente amo. Mesmo que não esteja vivendo esse amor, ao lado de quem amo, mesmo que não tenha mais essa oportunidade... Sei que amo, e sinto, que sou amado, mesmo que as palavras, as acções e o distanciamento, façam parecer o contrário.

Esperarei, não parado, mas sim vivendo os meus objectivos, criando em mim mais maturidade. Esperarei, com a esperança que apenas poucos têm, com o sentimento que por ultimo ficou na caixa de Pandora.

Não espero para amar, pois já amo com todo o meu ser. Espero, sim, que um dia, este amor de vidas, possa ser vivido, mesmo que numa amizade que muitos podem ter o orgulho de dizer que têm.

As mãos querem teclar uma sms mais... mas que mais poderia dizer, que não tivesse ja sido dito. Desde puro desprezo ao maior amor, tudo foi ja escrito. Agora, chegou a altura de provar o quanto amo, esperando...

Amo-te, meu anjo de asas coloridas, meu arco iris de amor...

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